sábado, 16 de março de 2013

Semana 28 - Inspira, expira

some days
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Quem for hoje aqui ao blog ali ao lado deve pensar, e com muita razão, que sou bipolar! Ontem agendei o post sobre a felicidade porque me fez continua a fazer todo o sentido, mas para isso é preciso que as coisas se proporcionem, e se encaixem nos sítios certos. E nem sempre isso acontece.

Há dias em que acordo assim a pôr tudo em causa, em que estou só por estar, e a cabeça anda perdida noutro sítio qualquer. Penso num milhão de coisas e nada me faz sentido. Não me sinto deprimida nem nada que se pareça (bye-bye antidepressivos desde meados de fevereiro!), mas fico meio embirrada com a vida e com as partidas que nos prega e com as coisas que se alteram em menos de nada.

Não percebo porque é que por mais cedo que acorde chego sempre atrasada à primeira aula da manhã. Sei que me perco a fazer trabalho útil (ou talvez a agendar posts, porque me dá prazer!) e a imprimir fichas e a enviar mails para os formandos com o material das aulas.  Não percebo o que é isso tem a ver com esta ansiedade que nunca me larga. Não atino com o motivo porque é que quando ando stressada me dá um desejo incontrolável de comer chocolates e outras porcarias altamente calóricas (a química explica, I guess!) e que depois se revela em não me sentir tão bem como gostaria no corpo que tenho.

Não compreendo esta vontade de fazer tudo bem que se torna destrutiva e me faz andar sempre com a angústia de mão dada com a adrenalina. Gosto de ter tudo nos eixos, mas nem sempre a minha vida depende só de mim e quando não depende e tenho de desculpar os erros e as faltas de organização de terceiros, ainda fico a sentir-me mais irritada.

Há dias, como hoje, em que sinto que a minha cabeça vai explodir tal o ritmo dos pensamentos que por aqui vai. Espiral supersónica que nem com um cappucino acalmou. [No meio de todo este rebuliço, tento respirar fundo e manter a calma.]

Penso no meu avô que com 81 anos e sempre cheio de saúde e de força tem estado mais dias internado nos últimos meses do que no resto dos seus anos de vida. Penso nesta injustiça que é a vida e as doenças que nos traz. E do sofrimento que nos causa a todos. Aos que sofrem na pele os problemas, e aos que se sentem impotentes para aliviar os que amamos.

Lembro-me de todas as coisas boas que já me aconteceram e por mais estúpido que possa parecer, só me dá vontade de chorar. Penso em tudo o que gostava de fazer na vida e que, mesmo por serem coisas realizáveis, vão ficando sempre para segundo plano. Ainda para mais sabendo que há momentos importantes que daqui a uns anos vão ser lembrados com nostalgia mas com a sensação de terem passado rápido demais.

Penso no pouco tempo que passo com a minha família supostamente por causa do trabalho (que também me realiza), mas que não pode ser a ‘desculpa’ para tudo. Quando estou com eles fisicamente, a minha cabeça está normalmente focada no que vem a seguir, no que tenho para fazer dali a umas horas, mas quando não estou apercebo-me dos dias a passar e sinto que fico sem tempo e sem conseguir imortalizar aqueles momentos preciosos em que o meu sobrinho já balbucia algo mais que umas letras e o meu nome já soa quase, quase completo.

Vejo e leio as notícias na diagonal e dá-me um aperto no coração com estes acontecimentos. Caramba para estas coisas que acontecem a quem menos espera e que vê a sua vida levar uma reviravolta e fugir-lhe a esperança. É por estas e por outras, que vou desabafando por aqui o que me acontece, mas não me queixo.

Dias melhores virão, de certeza!