via |
Hoje comentei com os meus alunos que
era o Dia do Professor e eles reviraram os olhos...achei sintomático daquilo que
as pessoas em geral e os alunos em particular acham de nós - um mal
necessário... Não fiquei lá muito contente, mas a aula lá continuou no ritmo que
era suposto ter e falámos sobre a implantação da República. De 18 miúdos dentro
da sala só dois é que puseram o braço no ar quando perguntei se sabiam que dia
era hoje!Dá-me que pensar saber que os miúdos são portugueses mas não vivem
em Portugal e por isso mesmo não sabem muitas informações importantes sobre o
seu país [eu tenho uma opinião sobre isto, mas há de ficar para outro post,
porque se prende com outras circunstâncias...], mas sinto que é para isso mesmo
que aqui estou.
Não sei em que circunstâncias decidi tornar-me professora, mas sei, com toda a certeza, que nunca quis ser outra coisa, mas nem todos os dias acordo com a certeza absoluta de que sei o que estou a fazer da minha vida! Faço o que gosto, claro que sim e quando os alunos ultrapassam dificuldades e dão aquele salto qualitativo que é perceptível por toda a gente, principalmente pelos pais, fico felicíssima e reitero a decisão, mas no início das aulas tudo me parece aterradoramente difícil e só ter de pensar como é que vou dar a volta às turmas quase me tira o sono…
Não sei em que circunstâncias decidi tornar-me professora, mas sei, com toda a certeza, que nunca quis ser outra coisa, mas nem todos os dias acordo com a certeza absoluta de que sei o que estou a fazer da minha vida! Faço o que gosto, claro que sim e quando os alunos ultrapassam dificuldades e dão aquele salto qualitativo que é perceptível por toda a gente, principalmente pelos pais, fico felicíssima e reitero a decisão, mas no início das aulas tudo me parece aterradoramente difícil e só ter de pensar como é que vou dar a volta às turmas quase me tira o sono…
Realmente tenho dormido mal nos
últimos dias, mas não deve ser disso! Em termos gerais, ter de vir dar aulas
para o estrangeiro e para isso ter deixado toda a família e todos os amigos em
Portugal não é nada fácil. Foco-me no mais importante no presente - os alunos -
e preocupo-me com tudo o resto fora do tempo das aulas. Nem sempre é fácil
separar as águas, sabendo eu que a minha disposição influencia o trabalho da
sala e o contrário também é verídico!
Sendo então os alunos a minha
prioridade é normal que me preocupe com todos em geral e com os alunos do
Secundário em particular. Estes têm aulas todos os juntos (os 3 anos e 2 níveis
de Português diferentes, sendo que o 12º vai fazer exame no fim do ano...) e eu
queria separar a turma. Não foi fácil convencer os miúdos a mudarem o horário,
mas acho que até correu melhor do que eu pensei. Lá reclamaram que às 6as ao fim
do dia estão cansados e não lhe apetece, mas consegui organizar-me com eles e
passam uns a ter aula às 6as das 6.30 às 8.30 (nem quero pensar quando chegar o
inverno e a neve…) e outros aos sábados às 8.30 de la matin!
Só é pena é que para estas mudanças vou
abdicar de um dos meus dias de folga e vou acrescentar mais duas horas (não
pagas) ao horário. Os miúdos não sabem nada disto e tenho cá a sensação que 2
horas de aulas a mais por semana não vão ser nada fáceis, mas assim até me sinto
um bocado mais em consonância com as 40 horas de trabalho dos funcionários
públicos em Portugal. Pois é que lá por estar aqui, também sou funcionária público e o meu salário também sofreu cortes e não foram nada
pequenos!!
Voltando ao alunos, eu só espero que
compense a alteração e que realmente eles aproveitem melhor as aulas, já que vai
exigir esforço da minha parte. Eu não me importo, até porque quem corre por
gosto não cansa, mas gostava era depois de colher os frutos disso! Que os
conhecimentos dos alunos fossem desenvolvidos e explorados e que no fim do ano
não me digam o que me disseram na primeira aula: ‘stôra, no ano passado não
aprendemos nada!’
Sem comentários:
Enviar um comentário