domingo, 7 de outubro de 2012

Semana 23 - Tamanho acima

weight realityUm dia destes falava com uma amiga sobre a importância dos tamanhos para o bem-estar das mulher e foi uma lufada de ar fresco ler o artigo da Activa de setembro sobre as modelos XL. Nem todas são somos esqueléticas nem queremos ser, mas parece-me que as lojas de roupa ainda não perceberam isso. Fazem roupa pequena para mulheres que têm a anca larga, peito grande e não vestem o 38 e depois é todo um acumular de frustração ao longo de anos e anos.

Sei que muitas vezes saí do shopping frustrada por não encontrar nada de jeito. Umas vezes a cor, outra o formato, mas na maioria o tamanho. Quase que me sinto obrigada a ser magra por causa das roupas que gosto. Continuo a não gostar muito de ir às compras porque não tenho gostado de nada e acho que é tudo demasiado caro. Dar 30€ por uma camisola acho um absurdo! E se ainda por cima fica justa ou tem um corte que só favorece quem tem menos peito, pior.

fluvia lacerda
É verdade que estou uns quilos mais magra e sinto-me melhor com o meu corpo, mas não deixei de te ter curvas, bastantes por sinal, as ancas continuam bem redondas e o peito também se mantém. Também sei que nunca vou conseguir vestir o 36 nem o 38! E ainda bem!

Só tenho a dizer que não percebo nada de design de roupas, mas acho que seria uma ótima ideia haver lojas em que os tamanhos se adequassem às mulheres reais? Acho que as empresas iam definitivamente ganhar mais dinheiro com isso, já que a maioria das mulheres não se encaixa nos números mais pequenos. 

A Zara tem os tamanhos cada vez mais pequenos e os preços cada vez mais altos, na Stradivarius e na Bershka só até ao L e mesmo assim são pequenos. Vá lá que a Mango tem baixado ligeiramente os preços, mas para quem vista o 44 a oferta não é muita, verdade se diga. Sei que na H&M os tamanhos são grandes e na coleção normal há até ao 46, e depois há a coleção tamanhos grandes que começa no 44 e termina no 60, se não me engano. O problema é que as roupas da coleção plus size não são muito do agrado das pessoas.

Lá porque uma pessoa tem peso a mais não significa que não seja feminina, certo? Vejam-se as fotos da Tara Lynn, candice huffineda Fluvia Lacerda, da Candice Huffine ou da Robyn Lawley, que são a prova provada de que os mulherões existem mesmo!

Bem, esta última ligeiramente mais magra, mas ainda assim veste o 44 e isso não a impediu de fazer uma campanha para a Ralph Lauren e de ser capa de várias revistas, como por exemplo da Vogue italiana ou da Elle francesa. É verdade que antes de a escolher para ser a cara da marca, a Ralph Lauren despediu uma modelo – Filippa Hamilton - por ter excesso de peso e não se coadunar nos parâmetros da marca. Se há coisas que não compreendo, uma delas é esta! Não acho nada mal contratarem uma modelo plus size para as campanhas da marca, só é condenável o terem feito depois de considerarem outra modelo com demasiado peso para as campanhas. Não me faz muito sentido…


size
Já escrevi sobre isto aqui, e continua a parecer-me muito bem que se valorizem as curvas femininas, que são isso que nos transformam naquilo que somos – femininas. Há vários tipos de corpo, obviamente, com mais ou menos curvas e há quem goste mais ou menos de se ver com as curvas que tem, mas a mim parece-me que se nos compararmos com quem é diferente de nós, só servirá para nos sentirmos inferiores. É óbvio que há sempre alguma coisa que podemos mudar no nosso corpo, não fosse o sexo feminino conhecido pela insatisfação natural, mas a comparação não nos torna mais felizes.

Se achamos que ter uns quilos a menos nos vai fazer mais felizes, porque não? Se nos sentimos felizes com os quilos que temos e com todas as bonitas curvas que temos, porque não? Eu acho que cada uma deve ser feliz à sua maneira, porque ser feminina depende principalmente da atitude que se tem para com o corpo que se tem.


É uma atitude confiante que nos torna atraentes, não é a quantidade de curvas. Até porque segundo consta: a curva mais bonita de uma mulher é o sorriso’ e isso é válido para qualquer uma de nós, desde que o sorriso seja confiante e convincente!

Quanto à tal atitude confiante acabei de ler isto: 'O espelho não mostra o que somos, só mostra o que queremos. O que é uma pena, porque às vezes (no peso e noutras coisas mais importantes) somos muito melhores do que o que vemos no espelho e do que pensamos' no blog da Divine Shape e não podia deixar de escrever aqui, porque resumo de uma forma sublime tudo o que quis dizer!
Com banda sonora a condizer e tudo! 

Something 'bout the way the hair falls in your face
I love the shape you take when crawling towards the pillowcase
You tell me where to go and
Though I might leave to find it
I'll never let your head hit the bed
Without my hand behind it


'Your body is a wonderland' John Mayer

1 comentário:

  1. às vezes, alia-se o facto de ser gorda ao de não se acharem bonitas em nada. Alguns dos nomes que citas no artigo - muito bem escrito, como sempre- têm um lindo palminho de cara que compensa as medidas XL. Quando alguém diz a uma mulher que deve enaltecer o que tem de bonito e essa mulher não sabe o que fazer, porque sente que não tem nada de bonito,como faz? Há mulheres que não conseguem compensar as muitas curvas, com melhores atributos físicos, por acharem que não os têm. A soma de tudo torna as pessoas mais inseguras, nem vontade de socializar.
    A aparência é o nosso cartão de visita. Se te derem um papel amachucado e um pale lisinho e bem tratado, em qual preferes escrever? é assim que a sociedade cataloga as pessoas.

    Quando cada vez há mais pessoas a vestirem números grandes mais proliferam as lojas com números pequenos. Gostas de ver nos outros, e para ti será sempre inacessível.
    Como diz o ditado português: tudo o que é pequeno tem mais graça, menos o pão.

    isto é um assunto que daria pano para muitos vestidos XL e XXL. :)

    beijinho

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