segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Semana 34 - Do Amor e da rotina e all in between…

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‘Queres casar comigo?’ foi uma das perguntas a que já respondi uma vez e não me via a responder novamente que sim. Não é que o namorado não merecesse a resposta, mas estando nós tão bem e já a viver juntos achei que não fazia muito sentido. Mas na vida tudo muda, não é?
E como mudou a minha vida nos últimos 2 anos!? Há 24 meses ainda nem conhecia o meu marido e agora cá estou eu a escrever este texto com a minha filha nos braços, literalmente falando, porque hoje ela tem estado murchinha e tem sido dia de mimo. Estão a ver aqueles filmes em fast forward em que a ação acontece muito rapidamente e os frames vão passando uns atrás dos outros numa cadência acelerada? Pronto, aqui estão os últimos dois anos da minha vida!

Nunca me tinha acontecida tal coisa de me sentir a levitar de felicidade e a sentir a paixão em todos os poros e foi maravilhoso! Continua a ser maravilhoso, e embora agora a paixão esteja mais calma e a desgraçada da rotina leve a melhor na maioria dos dias e das noites, continua tudo a ser intensíssimo, o amor, as zangas, os beijos e não há nada que me acalme mais do que os abraços do meu marido e até durmo melhor de conchinha (e eu odiava dormir com alguém colado a mim!).
Sabem aquela ideia de casar, ir morar juntos, juntar dinheiro e ter filhos? Já tentei uma vez e não resultou… por isso é mito urbano que resulte com toda a gente e aliás, cada pessoa e cada casal tem a sua própria história e a nossa é esta-. Ainda fico com os batimentos acelerados sempre que penso naquele domingo, 24 de novembro de 2013 em que supostamente íamos tomar um café para nos conhecermos (o meu marido é primo do marido da minha irmã e eu vim viver para a Suíça sem conhecer ninguém e deu-se o acaso de vivermos a poucos quilómetros de distância e sempre ia apanhar ar e conhecer pessoas novas, que era o que mais precisava naquela altura da minha vida, em processo de separação). Fomos tomar café e falámos imenso de muitas coisas, das nossas vidas, de acontecimentos felizes e outros menos felizes, de música e eu sei lá.
Só sei que houve uma química que ainda hoje não consigo explicar e quando ele me deixou na vila onde eu morava, já não conseguia pensar em mais nada a não ser em vê-lo outra vez. E vi-o outra vez ainda nesse dia depois do jantar, no dia seguinte e todos os dias dessa semana até ir de ferias para Portugal. De vez em quando ele pergunta-me: ‘tiveste saudades minhas quando estive em Portugal?’ e eu, que tenho sempre resposta para tudo, mudo de assunto ou respondo qualquer coisa meio parva. A verdade é que não sei. Sei que queria que voltássemos a estar juntos. E estamos juntos todos os dias desde então e a viver na mesma casa desde dia 15 de dezembro de 2013. Já mudámos 2 vezes de casa e aí pelo meio decidimos ter filhos.
‘Queres ser mãe de um filho meu?’ eu sabia que a resposta era sim, sem sombra de dúvida, mas achei que era muito precipitado porque estávamos juntos há pouco mais de 6 meses! Depois de muito pensar, achei que afinal não é o tempo de relação que diz se duas pessoas estão preparadas para ser pais!

4 meses depois desta pergunta engravidei e sou uma pessoa muito mais feliz e uma mulher realizada com a chegada da nossa filhota que nasceu no fim de junho. Tem sido muito melhor do que eu estava à espera e felizmente tem corrido tudo bem com a nossa adaptação a ela e ela a nós e com o crescimento da pequena princesa que veio tornar ainda mais cheia a nossa vida e trouxe outro sentido completamente diferente àquilo que pensávamos ser a nossa família.
E como tem sido tudo em modo acelerado, desde o início do ano fomos falando em casamento, mas se estávamos tão bem assim, porque raio é que teríamos de assinar um papel? Só se fosse por causa da pequena, porque aqui na Suíça a união de facto não funciona como em Portugal e dá muito mais trabalho e é chato irmos registar o bebé e tratar dos assuntos relativos a ela sem sermos casados. Ora então a coisa passou-se mais ou menos assim:
Ele: ‘Olha, podias ligar para a conservatória para saber como é isso do casamento?’Eu: ‘Está bem, mas sabes que vamos de férias na semana que vem e tem de ser nessa altura, certo?’Ele: ‘Liga lá e depois logo se vê!’Eu liguei no fim de abril e ficaram de confirmar à minha mãe no dia seguinte se seria possível a celebração do casamento civil na semana a seguir. No dia seguinte falei com a minha irmã, que estava em Portugal, e perguntei-lhe se ela já sabia de alguma coisa. Resposta no whatsapp:
‘Já. A mãe já ligou para lá e o casamento é na próxima 3ª feira às 14.30 na conservatória. Traz um vestido bonito!’ E eu li a confirmação do meu próprio casamento numa mensagem de telemóvel! Foi um momento histórico e histérico! E por mais curioso que possa parecer, já tínhamos marcado uma sessão fotográfica pré-natal para esse dia, da parte da tarde e assim acabámos por ter uma sessão fotográfica gira, só nós os dois, no dia do nosso casamento. Fui uma noiva num um vestido de verão vermelho às bolinhas brancas e o noivo casou de calças de ganga azuis escuras e camisa e o jantar foi uma churrascada com a família e a seguir uma viagem de 2 horas e meio até casa dos meus sogros com umas quantas paragens pelo caminho devido à minha bexiga apertadinha de grávida. Cada vez tenho mais a certeza de que todas essas peripécias tornaram o dia ainda mais especial, exatamente como devia ser!
Não mudou nada sermos marido e mulher, mas parece que houve uma reafirmação do amor que sentimos um pelo outro e tornou o vínculo mais apertado quando nasceu a bebé. Agora somos uma família!
Opá e a escrever este texto e a ouvir esta música do Diogo Piçarra? Maravilhoso <3

terça-feira, 16 de junho de 2015

Semana 33 - A cegonha está mesmo a chegar!

Nunca fui uma maria-rapaz, mas sempre me dei melhor com rapazes do que com raparigas, embora desde que me conheço como gente sempre tenha tido muitos amigos e houvesse sempre muitas conversas sobre o que queríamos ser quando fossemos grandes. Tenho uma vaga ideia de ser a única do meu grupo de amigos até ao 12º que já sabia com toda a convicção a profissão que queria ter e a é a única que realmente poderia ter e que me faz feliz a maior parte dos dias Sorriso, mas nunca pensei muito no meu futuro noutras vertentes, se seria casada ou se teria filhos. Acho que pensava nisso tudo como se fosse tudo muito distante (e do alto dos meus 15 anos, se calhar até era!), mas sempre soube que as coisas aconteceriam quando fizessem sentido e realmente olhando 15 anos para trás, tudo parece encaixar para chegar onde estou hoje. Nunca fui daquelas raparigas que idealiza o homem dos seus sonhos, o dia do casamento ou a primeira gravidez e tenho sido bastante surpreendida nesta viagem de 30 anos e meio que já levo nesta vida.
Esta conversa toda para dizer que quando pensámos em engravidar, foi uma decisão consciente de ambas as partes e não houve palpites nem opiniões de ninguém sobre o que devíamos ou não fazer. Afinal, apesar de os bebés terem avós, tios, padrinhos, primos e demais família, os pais são os maiores responsáveis pelo cuidado e educação dos filhos, principalmente se os pais viverem longe da família (bem, há irmãos nossos por perto, mas os avós estão todos em Portugal). A família não podia ter ficado mais contente e se há coisas que lamento na decisão de ter vindo viver para a Suíça é realmente os nossos pais e os meus avós não puderem assistir mais de perto a esta gravidez e daqui a algumas semanas acompanharem o crescimento do bebé.
Os dias e as noites têm passado devagar, principalmente desde que estou de baixa, mas as semanas têm passado a correr entre o trabalho (apesar de estar de baixa, tenho tido coisas para fazer em casa – quem nos mandou fazer mudanças de casa na reta final da gravidez!? - e ainda tarefas pendentes do trabalho), as consultas médicas e a preparação para a chegada do bebé.
Agora dou por mim a sentir-me cada vez mais cansada (acho que não estou cansada de estar grávida, mas sinto-me cansada de ter os pés inchados e dores nas articulações, das milhentas vezes que tenho de ir à casa de banho e do sono pouco repousante e dos sonhos que tenho quase todas as noites) e ansiosa por conhecer o bebé. Sei que é tudo normal e que daqui a algum tempo vou ter saudades desta fase!
cute baby
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