Quem for hoje aqui ao blog ali ao lado deve pensar, e com muita razão, que sou bipolar! Ontem agendei o post sobre a felicidade porque me fez continua a fazer todo o sentido, mas para isso é preciso que as coisas se proporcionem, e se encaixem nos sítios certos. E nem sempre isso acontece.
Há dias em que acordo assim a pôr tudo em causa, em que estou só por estar, e a cabeça anda perdida noutro sítio qualquer. Penso num milhão de coisas e nada me faz sentido. Não me sinto deprimida nem nada que se pareça (bye-bye antidepressivos desde meados de fevereiro!), mas fico meio embirrada com a vida e com as partidas que nos prega e com as coisas que se alteram em menos de nada.
Não percebo porque é que por mais cedo que acorde chego sempre atrasada à primeira aula da manhã. Sei que me perco a fazer trabalho útil (ou talvez a agendar posts, porque me dá prazer!) e a imprimir fichas e a enviar mails para os formandos com o material das aulas. Não percebo o que é isso tem a ver com esta ansiedade que nunca me larga. Não atino com o motivo porque é que quando ando stressada me dá um desejo incontrolável de comer chocolates e outras porcarias altamente calóricas (a química explica, I guess!) e que depois se revela em não me sentir tão bem como gostaria no corpo que tenho.
Não compreendo esta vontade de fazer tudo bem que se torna destrutiva e me faz andar sempre com a angústia de mão dada com a adrenalina. Gosto de ter tudo nos eixos, mas nem sempre a minha vida depende só de mim e quando não depende e tenho de desculpar os erros e as faltas de organização de terceiros, ainda fico a sentir-me mais irritada.
Há dias, como hoje, em que sinto que a minha cabeça vai explodir tal o ritmo dos pensamentos que por aqui vai. Espiral supersónica que nem com um cappucino acalmou. [No meio de todo este rebuliço, tento respirar fundo e manter a calma.]
Penso no meu avô que com 81 anos e sempre cheio de saúde e de força tem estado mais dias internado nos últimos meses do que no resto dos seus anos de vida. Penso nesta injustiça que é a vida e as doenças que nos traz. E do sofrimento que nos causa a todos. Aos que sofrem na pele os problemas, e aos que se sentem impotentes para aliviar os que amamos.
Lembro-me de todas as coisas boas que já me aconteceram e por mais estúpido que possa parecer, só me dá vontade de chorar. Penso em tudo o que gostava de fazer na vida e que, mesmo por serem coisas realizáveis, vão ficando sempre para segundo plano. Ainda para mais sabendo que há momentos importantes que daqui a uns anos vão ser lembrados com nostalgia mas com a sensação de terem passado rápido demais.
Penso no pouco tempo que passo com a minha família supostamente por causa do trabalho (que também me realiza), mas que não pode ser a ‘desculpa’ para tudo. Quando estou com eles fisicamente, a minha cabeça está normalmente focada no que vem a seguir, no que tenho para fazer dali a umas horas, mas quando não estou apercebo-me dos dias a passar e sinto que fico sem tempo e sem conseguir imortalizar aqueles momentos preciosos em que o meu sobrinho já balbucia algo mais que umas letras e o meu nome já soa quase, quase completo.
Vejo e leio as notícias na diagonal e dá-me um aperto no coração com estes acontecimentos. Caramba para estas coisas que acontecem a quem menos espera e que vê a sua vida levar uma reviravolta e fugir-lhe a esperança. É por estas e por outras, que vou desabafando por aqui o que me acontece, mas não me queixo.
Dias melhores virão, de certeza!
Bem, eu que acho que sofro de ansiedade, fiquei "cansado" de ler este texto. Que "aceleração" que aí vai. :/
ResponderEliminarAs notícias só servem para nos angustiar mais. Os fantasmas do desemprego, da velhice miserável que nos estão a preparar, das vigarices que se fazem sem punição (até parece que os tribunais estão em conluio com a corrupção)... realmente às vezes apetecia-me ter um botão e desligar por uns dias.
Temos que acalmar, ou não chegamos aos 80. xD
Penso que todos temos dias assim: em que até um pentelho fora do sítio nos faz chorar e indagar porque todo o azar do mundo se abateu sobre nós. Felizmente, depois temos os outros. Eles estão já aí, ao virar da esquina. ;-)
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