Vi este cartaz nas imagens que passaram na televisão acerca da manifestação e achei que esta frase de ordem faz todo o sentido, mas no que toca aos nossos interesses cada um sabe de si. Eu não fui à manifestação por vários motivos (que dão assunto para outro texto) e não sou extremista ao ponto de achar que só no nosso país é que estamos bem.
Obviamente que não vamos todos emigrar, porque assim ficaríamos sem país (o que não seria muito difícil, visto já estarmos sem governo) e não é isso que as pessoas querem. O que todos querem é melhores condições de vida e de trabalho, segurança para poderem fazer planos sustentados para o futuro, estabilidade financeira e um governo consciente. Nenhuma destas premissas tem estado nos patamares mínimos e as pessoas revoltam-se e manifestam-se, como se viu a 12 de Março.
Tenho a certeza absoluta que só emigra quem está mesmo no limite e não consegue as condições que acha mínimas para viver em Portugal. Os que não emigram acabam por (sobre)viver com os mínimos possíveis, muitas vezes com enormes sacrifícios, como se tem vindo a perceber nas reportagens que se vão vendo nos meios de comunicação social. A grande maioria das pessoas não quer emigrar, quer que o país melhore. Seria quase certo que se o país proporcionasse às pessoas boas condições os nossos emigrantes poderiam voltar, principalmente os nossos ‘cérebros’ que estão noutros países a trabalhar para instituições estrangeiras conceituadas. Como isso não acontece, vamos ficando cada vez mais pobres, com as pessoas capazes de mudar alguma coisa a viver no estrangeiro.
Eu adoro o meu país onde vivi 26 anos (sem estar a contar com os seis meses que já estive a viver como aluna Erasmus aqui na Alemanha), mas achei que neste momento da minha vida a melhor decisão que podia tomar seria vir viver para outro país. Em termos profissionais não havia muito que eu pudesse esperar. A trabalhar a recibos verdes em três sítios diferentes e a ganhar pouco mais que o ordenado mínimo, sem qualquer tipo de segurança, que tipo de planos para o futuro é que eu podia fazer? Ter um filho estava e ainda está completamente fora de questão.
Claro que Portugal tem muitas coisas boas e são essas coisas que quero conseguir valorizar quando regressar. Não é só a beleza do país que importa, nem a hospitalidade e a simpatia do nosso povo. Isso interessa muito para o turismo, que até se está a tornar um dos pilares da nossa economia, mas se não organizarmos primeiro a nossa sociedade, os turistas deixarão de nos visitar, porque as condições de vida do povo ainda deixam muito a desejar, comparando com os nossos vizinhos da Europa.
Há muito que se pode fazer, e não estou a dizer para tirarmos a papel químico o que se faz na Europa, mas perceber o que melhor se faz noutros países para podermos adaptar à nossa sociedade e sairmos deste poço cada vez mais fundo em que estamos. Se continuarmos neste jogo do empurra sem se chegar a nenhuma conclusão nem solução nunca mais nos endireitamos. E aí nem as nossas coisas boas nos safam…
Tens que me arranjar essa imagem! LOL vai ser o tema do meu blog no próximo ano (vou emigrar) LOL
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