sábado, 21 de maio de 2011

Semana 7 - Breaking the reality

blog
Amigas tenho muito poucas. As da vida real contam-se pelos dedos de uma mão. Agora conhecidos tenho imensos. Daqui, dali e de além. Da infância, da escola, do sítio onde morei quase toda a vida, dos trabalhos e várias ocupações que tenho tido, as amigas do marido e por aí fora. E de há uns anos a esta parte, também entram nesta categoria os conhecidos da blogosfera. E o mais engraçado é que para além de conhecer centenas de pessoas e não haver ninguém de quem eu diga: ‘odeio esta pessoa’, também são poucas aquelas em quem posso confiar cegamente, ou com quem possa contar para as coisas realmente importantes.

Claro que a vida real é uma coisa e a vida virtual outra completamente diferente. E é óbvio que eu sei que não posso contar com ninguém da blogosfera para coisas que impliquem presença física, porque só há uma pessoa que conheço fisicamente e já era minha amiga antes de ambas termos blogs. Mas em termos de relações humanas, acho que a blogosfera consegue ser um mundo mais verdadeiro do que a vida real. (Eu não estou a falar naqueles blogs que se denominam hate blogs nem naqueles blogs de sátira. Cá me parece que quem se dedica a isso não deve ter mais nada que fazer na vida. E deve ter sido taxidermista noutra encarnação, visto que agora se dedique a dissecar a vida dos bloggers. A mim parece-me tudo muito simples: não gosta, não lê, não comenta e não chateia. Ponto final.)

Como na maioria dos casos não conhecemos as pessoas pessoalmente haverá, penso eu, mais tendência para só dizermos de nossa justiça e comentarmos o que tem mesmo a ver connosco. Aqui se nota que não sou adepta do eu-sigo-o-te-blog-e-tu-segues-o-meu. Eu tenho mais de 100 blogs no Google Reader e à exceção de uns muito conhecidos: como o da Pipoca mais Doce ou o da Pólo Norte que já sigo há muito tempo eu que me divertem, como a tantas outras pessoas, mas que raramente comento (apesar de já ter enviado algumas fotos a dizer I love Pólo Norte para o Quadripolaridades); os outros blogs todos posso considerá-los um bocadinho blogs de proximidade.

Mas é o quê? Pois, sinto-me próxima das pessoas porque em determinada altura me identifiquei com a vida de quem escreve, com alguns acontecimentos ou situações que descreve, com as fotos, as músicas ou as frases que vão publicando. Nestes casos vou deixando sempre alguns comentários, quando aquilo que leio reflecte de certa forma a minha vida.

E depois há os outros, aqueles que eu gosto muito, onde sou comentadora assídua, porque me sinto em casa por lá e porque encontro muito de mim nas palavras de outros. Muito provavelmente na vida real não teremos nada em comum, mas o meu instinto não me tem falhado. E acho muito giro quando quem escreve nos blogs que sigo e comento também me comenta. Não sei se identificam com o que escrevo ou se aquilo que escrevo fará algum sentido, mas a verdade é que me sinto acarinhada por haver gente que se dá ao trabalho de ‘me’ ler e comentar o que escrevo, mesmo não me conhecendo pessoalmente.

Essa será uma das razões pelas quais acho que a blogosfera não tem comparação possível com a vida real, porque não conhecendo as pessoas ao vivo, seremos ‘fãs’ daquilo que escreve. Bem, aqui poderia pegar naquilo que tanto se fala, que é o ‘marketing pessoal’. Eu não empolo situações que aconteceram na minha vida nem ando a fazer-me passar por quem não sou, só para alimentar o ego. Quem me conhece pessoalmente encontra no blog um espelho de mim. E muitas vezes tenho receio de me expor demais. Mas ao contrário de mim, tenho a certeza de que haverá por aí muita gente que tenta ser mais do que é só para preencher uma vida vazia. Adiante…

Não será também possível equiparar a blogosfera à vida real, porque na vida real não andamos a meter conversa com as pessoas – eu pelo menos não ando –, enquanto que por aqui podemos comentar os blogs que gostamos e se houver empatia recíproca, acabamos por ter bastante interação com as pessoas, podendo extrapolar da vida virtual para a vida real.

Da minha parte, gosto muito de conhecer a cara e os olhos de quem escreve o que gosto de ler. E não me parece que seja assim uma coisa tão transcendente tornarmo-nos amigos das pessoas no facebook. Eu acho graça a conhecer um bocadinho mais das pessoas através dos estados do facebook. Quem nunca teve um amigo ou amiga no Mirc com quem gostasse de se encontrar pessoalmente? Ou com quem trocasse sms? Pois, é a mesma coisa. A tecnologia é que vai evoluindo…

1 comentário:

  1. olá

    acabei de descobrir o teu cantinho e já estou a comentar. e aqui é como dizes, se fosse lá fora, talvez não dissesse nada.
    também gosto de conhecer novos blogues e bloggers. gosto de ler sobre outras vidas, outras vivências, algumas parecidas com a minha, outras completamente diferentes.
    gosto de ler blogues, mas nem sempre tenho tempo para comentar todos os que gostaria, porque gosto de muitos. muitas vezes acabo por ler no google reader e não comentar, nem sempre há tempo. é assim. :)

    **

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