terça-feira, 5 de julho de 2011

Semana 11 – Here or there isn’t it the same?

distance in a relationship
via
O dia está lindo e quando acordo assim, com os meus olhos a despertarem para um sol brilhante, apetece-me sempre pegar no telemóvel e ligar a alguma das 'minhas' pessoas, só para dizer: ‘Olá, bom dia. O dia está lindo e é maravilhoso ter-te na minha vida!’ Sounds lame, não é? Pois, eu sei que sim, mas estar a viver à distância deixa-me mais sensível que o costume, embora tente que isso não perturbe demasiado a minha vida.

Há dias em Berlim percebi que devo ser um caso estranho por não ligar para casa todos os dias. Apesar de gostar muito de estar em contato com os que amo não consigo ligar todos os dias, nem quero me liguem. Acabo por achar que muitas vezes só fazemos conversa de circunstância, embora noutras alturas me pareça que sei mais da vida de quem está do outro lado do telefone em 10 minutos de conversa do que quando nos encontramos ao vivo e a cores. A conversa fica mais concentrada e passamos do ‘olá, tudo bem?’ para assuntos realmente importantes, notícias espetaculares ou tristes (obviamente soube via telefone que a minha mana está grávida e que o meu primo se vai casar no próximo ano. Em 2005 também soube a notícia da morte de um familiar e um divórcio) e muitos planos para o futuro.

Acho sinceramente que ligar todos os dias seria um desperdício de dinheiro (malvado roaming…em 2005, a 1ª fatura de telemóvel foi de 600€!!!! acabou-se logo a vontade de falar todos os dias. 1 vez por semana começou a ser mais normal!) e para além disso, se com os meus pais já não falava todos os dias em Portugal (em 2005 ainda vivia lá em casa, por isso a maior preocupação era compreensível), agora que estou longe não vejo qual é a necessidade de mudar isso. Com o marido é que é mais estranho, porque durante 2 anos e meio de casamento (até ao dia 15 de março deste ano)  para além de nos vermos todos os dias, mesmo que muitas vezes fosse só à hora de ir dormir, trocávamos várias mensagens por dia. Tem lógica, uma vida em conjunto pressupõe uma rotina em que ambos temos uma parte essencial. Comigo aqui esse laço quebrou-se.

Claro que ‘falamos’ todos os dias, ou quase, mais que não seja uma mensagem escrita em que dê para eu ir sabendo dos planos que ele vai fazendo sozinho em casa ou com os amigos, assim como vou sempre contando sobre a minha vida aqui. Ficou mais engraçado desde que me veio visitar, porque assim já conhece os sítios de que falo.

E embora falemos com alguma regularidade, é muito mais natural que eu escreva no blogue (ali ao lado como já sabem). É mais fácil para mim, não estou limitada em termos de tempo, porque quando o marido está a trabalhar não podemos falar, obviously, e ainda para mais, permite mais carateres. E nestas coisas das relações à distância, e aqui não falo só de relações amorosas, o Facebook e o Skype também são ferramentas ótimas e sempre não se gasta tanto dinheiro.

Eu não preciso de ouvir a voz dos que amo para saber que estão bem. Se eles estão bem, eu também estou, estando no mesmo país, ou a não sei quantos quilómetros de distância. 
Se bem que às vezes um abraço fosse muito bem vindo!

3 comentários:

  1. O máximo que vive longe foram uns 4 meses, mas deu para sentir mais ou menos o que sentes! E Berlim? Continua espectacular? :P

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  2. Cérise,
    que bom começar o dia com o brilho do sol.
    Aqui desceu a temperatura (22graus) e o sol está envergonhado.

    Eu não sabia que vivias um casamento com tantos kms pelo meio.
    Como consegues? Tu que me dizes ser beijoqueira como geres essa distancia?...
    Digo-te para mim seria um desafio não ganho.
    Sabes eu sinto com o coraçao, mas tb sinto muito com as mãos, com os olhos.
    E, como bem dizes um abraço é sempre bem vindo.
    Claro é a minha maneira de viver mas tb tenho consciencia que muitos casais vivem só fisicamente juntos.
    Bjinhos***

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  3. sinceramente: eu já vou em 4 meses pela 2ª vez e estou a ponderar seriamente ficar por cá. Portugal não está com grandes perspetivas para os meus lados, por isso estou à espera dos resultados de uma candidatura que fiz para continuar por cá...
    E Berlim, claro que continua espetacular :) fiz uns posts sobre a cidade no Miss Blanche Cérise. Podes ir dar uma olhadela, se quiseres ;)

    @Dadinha:Foi uma decisão um bocadinho impulsiva, mas que nos fez todo o sentido para a nossa vida atualmente. Há dias em que tudo me custa horrores e só me apetecem beijos, abraços e mimos, mas uma pessoa não pode andar sempre a pensar nisso, certo?
    Eu sou muito física e ando sempre a querer beijinhos a toda a hora ;), mas a distância e as saudades não matam a vontade nem o desejo. Ficou tudo em standby durante uns meses e entretanto em maio o maridão veio visitar-me e ficou mais fácil. E faltam 3 semanas para regressar a Portugal. Só não sei ainda se é só de férias ou se terei de arranjar trabalho por aí. Se continuar a trabalhar aqui, não sei bem se não será um ano de separação...
    Não acho que estarmos fisicamente separados nos torne 'menos casal', porque como tu dizes, há muitos casais que estão juntos fisicamente, mas é só. E se nós nos conseguimos ir organizando assim, não acho que seja um problema difícil de ultrapassar!

    Beijos**

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