terça-feira, 19 de abril de 2011

Semana 4 - E o que é que fazemos com o tempo?*


Time is the coin of your life. It is the only coin you have, and only you can determine how it will be spent. Be careful lest you let other people spend it for you.
Carl Sandburg (1878 - 1967)
Bem, na equação de 24 horas/3 = 8 horas de sono + 8 horas de trabalho + 8 horas de (suposto) lazer parece haver muito tempo para aproveitar da melhor maneira. Normalmente só parece, porque ao fim e ao cabo nunca ninguém está satisfeito a 100% com o rumo que dá ao seu tempo livre.

Por mim falo. Aqui, que tenho muito tempo livre, não tenho amigos nem família com quem sair e passear. Já tenho conhecido muita gente com quem tem dado para conviver, mas por mais queridos que todos sejam, as minhas pessoas são as minhas pessoas. E por causa disso mesmo acabo por passar muito tempo (às vezes demasiado) à frente do computador - que foi sempre uma das minhas actividades indoors preferidas - a escrever e ler emails, no facebook, a passear pela blogosfera e a dedicar-me aos meus blogues, não só porque adoro escrever aqui, mas também porque é mais uma maneira de partilhar a minha vida com os meus amigos e família (apesar de haver poucas pessoas na vida real que conhecem esta minha vida virtual).

Gosto imenso desta nova rotina que já criei aqui e que agora também inclui o ginásio. Ao início é sempre difícil habituarmo-nos a novas situações, mas já ultrapassei isso. E acho que tenho conseguido aproveitar o tempo da melhor maneira e sinto-me feliz com isso, mas compreendo perfeitamente que também tem a ver com o facto de não trabalhar com horário completo.

A minha querida Anna queixa-se que o tempo não dá para tudo e eu percebo-a perfeitamente. Pensamos sempre que são só 8 horas de trabalho, mas se virmos bem, acabam por ser muito mais, porque desde a hora a que acordamos de manhã até à hora a que chegamos finalmente a casa normalmente passam entre 10 a 12 horas, contando com o tempo até sairmos de casa, as deslocações e a hora de almoço. Obviamente que o tempo depois de chegarmos a casa não é assim tanto até irmos dormir. Ou perdemos horas de sono para fazermos o que gostamos, ou então não o fazemos. Parece muito simples, mas eu, que já estive dos dois lados, achei sempre muito difícil de equilibrar isso.

Para fazermos o que gostamos e perdermos horas de sono, ao fim de uns dias a dormir pouco, o corpo ressente-se. Eu que cheguei a dormir só 4 horas por noite para estar com amigos e na festarola, acordava irritadíssima e passava uns dias muito maus para quem tinha de lidar comigo. Houve outras alturas muito chatas, em que não era mesmo possível sair, e eu tinha de ficar em casa, e obviamente ao fim de uns tempos começava a ressacar as saídas e andar triste e depré por me sentir meio ‘orfã’ de amigos.

Por isso é que digo que nunca estamos contentes. O ideal seria dormirmos o tal sono de beleza (nas horas ideais para cada um) para acordarmos bem-dispostos, e depois trabalhar naquilo que nos dá prazer num sítio porreiro com colegas pelo menos simpáticos e se possível perto de casa para demorarmos pouco tempo nas viagens. E ao chegarmos a casa termos planos para fazer alguma daquelas coisas que gostamos muito (sair e tomar um café com amigos ou cinema, ou ler, ou qualquer outra coisa) que não se prolongasse pela noite dentro, para conseguirmos repetir tudo no dia seguinte.

Isto era o que eu gostava que fosse possível para mim. Durmo bem, o meu trabalho é perto e porreiro. Falta só tudo o resto

* pergunta retórica da melhor amiga

1 comentário:

  1. Gerir o meu tempo livre não é efectivamente tarefa simples. Falha minha, eu sei. Dá-me um prazer enorme chegar a todo o lado e fazer tudo o que quero e preciso, mas também isso se pode revelar extenuante... Aborrece-me que saiba gerir tão criteriosamente o meu tempo no plano profissional e que depois perca o rumo no plano pessoal...

    Essa equação seria perfeita, mas dificilmente linear. Dificilmente estás no teu trabalho as 8 horas e o tempo que gastas no percurso é perdido e não contabilizado. Dificilmente dormirás as 8 horas diárias, porque quando há que cortar em algum lado, é sempre aí. E dificilmente as 8 horas de lazer são apenas para isso mesmo. Porque há tarefas domésticas a que não escapamos, há questões práticas que não contornamos (um bom banho, uma boa refeição - ambas integráveis na categoria de lazer, though...).

    Ao fim do dia, o tempo que dedicas a fazer realmente coisas que te dão prazer é pouco nessa equação, ainda que, bem aproveitado, possa contrabalançar os restantes elementos da mesma!

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